Qual a diferença entre feminismo e femismo?
O feminismo é um movimento político, filosófico e social que busca a igualdade de direitos entre homens e mulheres. É muito confundido com o femismo, um comportamento que prega a superioridade da mulher em relação aos homens e seria equivalente ao machismo, mas inverso.
O que é feminismo?
O movimento feminista surgiu na Europa do século XIX, tendo sido consequência da Revolução Francesa, que pregava “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”.
Neste sentido, as mulheres tinham o desejo de ser inseridas no contexto social em que se encontravam, participando das mudanças que estariam por vir.
No entanto, foi apenas no século XX que o ocidente passou a reconhecer mais o feminismo. Isto porque o monopólio dos homens em posições de poder passou a ser questionado, uma vez que as mulheres também desejavam e seriam capacitadas para ocupar tais posições.
Apesar de muito utilizado erroneamente no sentido de que as mulheres pregam a superioridade do sexo feminino, o termo feminismo designa a luta pela equidade entre ambos os gêneros.
O termo "equidade" é utilizado pelo feminismo por se tratar de um conceito mais abrangente que a "igualdade".
A equidade pressupõe que todos possuam o mesmo poder dentro da sociedade e que para isso, sejam respeitadas as diferenças inerentes aos indivíduos. Com isso, a mudança social necessita que todos e todas tenham mesma relevância dentro da sociedade com suas particularidades sendo respeitadas.
A compreensão sobre os modos para a conquista dessa equidade difere, dando origem a diversas correntes correntes de pensamento no todo que convencionou-se chamar de feminismo.
Há quem defenda a ideia de que existam "feminismos", no plural. Cada corrente possui suas especificidades e sua própria pauta de discussão, também chamada de agenda.
Alguns exemplos de feminismos são:
- Feminismo Interseccional
- Feminismo Negro
- Feminismo Cristão
- Feminismo Radical
- Feminismo Marxista
- Feminismo Liberal
- Feminismo Lésbico
- Feminismo Libertário
- Transfeminismo
Já, a crença em uma superioridade feminina é chamada de femismo.
O que é o femismo?
O femismo é também conhecido como misandria. É considerado o equivalente feminino do machismo e da misoginia (ódio às mulheres), o femismo prega a superioridade das mulheres sobre os homens.
Com a mesma linha machista, o femismo é um comportamento pautado por preconceitos e generalizações acerca do gênero masculino, marcado por pessoas que costumam desvalorizar e fazer comentários agressivos sobre e para os homens.
O femismo é confundido muitas vezes com o feminismo, que é uma palavra usada para designar algo completamente diferente.
A luta pela igualdade de direitos e deveres entre os gêneros ou por equidade não é uma pauta femista, que acreditam na simples superioridade da mulher em relação ao homem dentro da sociedade. Busca-se a extinção da cultura patriarcal vigente através de sua substituição por uma cultura matriarcal.
Conquistas do feminismo
O feminismo é responsável pelas conquistas de diversos direitos das mulheres, como o de estudar. Este direito só foi garantido às mulheres brasileiras em 1827, mas apenas o ensino básico.
O ingresso em cursos superiores só foi permitido em 1879. No entanto, as que chegavam à faculdade eram criticadas e vítimas de assédio, o que ainda acontece hoje em dia.
Outra das principais realizações foi o direito ao voto, que no Brasil só foi dado às mulheres em 1932. No entanto, naquela época, só podiam votar mulheres casadas e com autorização do marido. Restrições que foram eliminadas do Código Eleitoral brasileiro em 1934.
No entanto, o voto só passou a ser obrigatório para as mulheres em 1946.
O feminismo também conseguiu que as mulheres tivessem o direito de "pertencer a si mesmas". Isto porque, no Brasil, até 1962 as mulheres precisavam de autorização do marido para trabalhar e/ou receber herança.
Além disso, a lei instituiu em 27 de agosto de 1962 que, em caso de separação, a mulher tem o direito de requerer a guarda dos filhos.
A Lei Maria da Penha (2006) protege a mulher contra violência doméstica e a Lei do Feminicídio (2015) classifica homicídios de mulheres como hediondos. E são conquistas feministas.
Por muito tempo, o machismo dominante reprimiu os direitos da mulher, inclusive à vida, um direito fundamental garantido pela Constituição.
Apesar de a pílula anticoncepcional ter revolucionado o feminismo nos anos 1960, quando a mulher passou a ter mais poder sobre a sua liberdade sexual, os direitos reprodutivos ainda são temas de debate.
O aborto voluntário, por exemplo, ainda é considerado um tabu. No Brasil, o aborto só é permitido em casos de risco para a mãe ou de fetos com anencefalia. Também pode ser interrompida a gravidez se for resultado de um estupro.
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